sábado, 1 de setembro de 2012

Tipos de Copos para Cerveja

Tal como existem milhares de marcas e centenas de estilos de cerveja, também existem várias dezenas, senão mesmo centenas de copos. De facto, consoante o tipo de cerveja que estamos a beber, deveremos escolher um copo adequado. Por vezes, tal tarefa torna-se fácil, já que as melhores cervejas costumam indicar no rótulo qual o copo que deverá ser utilizado. Independentemente dessa referência ser feita ou não, tentaremos fazer aqui uma breve análise dos diferentes copos existentes no mercado e para que estilo de cerveja são mais indicados. Há pessoas que consideram esta corrente como mais um golpe de marketing de certas empresas para vender mais produtos. Pensamos que tal não reflecte a realidade. Apesar das razões comerciais que estão subjacentes a qualquer negócio, há realmente uma adequação do estilo de uma cerveja a um certo formato de copo. Por exemplo, é natural que as lagers sejam servidas em copos altos, por forma a que o gás e a espuma tenham possibilidade de crescer e mostrar todo o seu carácter. E a formação de espuma não é algo de somenos importância. Esta protege a cerveja da libertação de certos elementos essenciais que, não fora a sua existência, se perderiam no ar. Por outro lado, evita a entrada de ar na cerveja, algo que provocaria a oxidação desta e correspondente perda de qualidades.
Tendo isto em consideração, que estilo de copo utilizar? Bom, a resposta não é imediata e, em países como a Bélgica, tal torna-se verdadeiramente difícil. De facto, é habitual cada marca de cerveja ter o copo correspondente, o que faz com que existam centenas de copos  de centenas de marcas. Como se torna humanamente impossível possuirmos todos os copos, apresentaremos apenas alguns formatos genéricos que servirão para a maior parte das cervejas que se lhe possam deparar (clique na imagem para ver o copo em tamanho maior).

Caneca/Mug/Stein - Pesada, resistente, larga e com uma pega, as canecas são mundialmente conhecidas e utilizadas. Mais ou menos engraçadas, vêm numa multiplicidade de formas e feitios e são excelentes para fazer brindes! Podem ser de vidro, cerâmica ou metal, por vezes têm uma tampa e o seu sucesso deve-se à quantidade de bebida que podem conter. Ideais para cervejas do tipo American Amber Ale, Roggenbier, Sahti, Irish Red Ale, Scottish Ale, Bock, Doppelbock, German Classic Pilsner, Bohemian Pilsner.

Copo para Witbier/Weizen - Nada sabe melhor do que beber uma Witbier no respectivo copo! Feitos de vidro fino, extremamente elegantes e compridos, estas autênticas obras de arte permitem admirar as cores da cerveja e o topo possibilita uma correcta expansão e desenvolvimento da cremosa espuma. Em geral, suportam até 0,5 litros de cerveja. Poderá utilizá-los com cervejas do tipo Dunkel Weizen, Gose, Weizenbock ou Hefe Weizen.

Copo em cilindro/Stange - Bastante comuns, estes copos em cilindro são de origem germânica e utlizam-se com cervejas delicadas, já que possibilitam a ampliação dos aromas e sabores do malte e do lúpulo. Em Portugal, é habitual servirem-se imperiais neste tipo de copos, apesar destes não serem os mais correctos. O cilindro é adequado aos géneros: Rauchbier, Altbier, Kolsch, Lambic-Faro, Lambic-Unblended.

Snifter - Um pouco maiores mas mesmo assim similares aos nossos cálices de brandy ou conhaque, estes copos têm um formato que os tornam excelentes para capturar os aromas de cervejas fortes, já que ajudam na sua preservação. Utilizam-se com Eisbocks, Barley Wine, Old Ale e Russian Imperial Stout.

Flauta/Flute - Estamos mais habituados a utilizar os copos em formato de flauta para beber champanhe ou espumante. No entanto, há cervejas que se dão muito bem com o formato destes copos. A sua elegância e o facto de serem esguios, assegura que o gás não se dissipa com muita rapidez, permitindo igualmente observar a cor e o corpo da cerveja com grande nitidez. Utilizam-se com os géneros Vienna, Schwarzbier, Lambic-Fruit, lambic-Gueuze

Pint/Becker/Tumbler - Quase cilíndrico mas bem mais largo do que o stange, o pint é bastante utilizado na Inglaterra e na Alemanha, por permitir beber vários tipos de cerveja, em grandes quantidades e por ter um desenho universal, barato e que possibilita um fácil armazenamento. É indicado para cervejas do tipo Smoked, Marzen/Oktoberfest, Steam Beer, Malt Liquor, Winter Warmer, Bitter e Pumpkin Ale, entre outras.

Pilsner - O copo de pilsner é o habitual copo das nossas imperiais. Entre as formas de um cilindro e de um cone, a sua estrutura permite manter a cerveja viva, para além de possibilitar a formação de uma boa espuma. Em Portugal, estes copos têm pouco mais de 0,2 litros mas em certos países da Europa podem chegar até aos 0,4 litros, como por exemplo na Alemanha e República Checa. São bons para os estilos American Macro Lager, Happoshu, German Classic Pilsner, European Strong Lager e Witbier.

Cálice/Goblet - São, em geral, autênticas obras de arte, muitos deles com dourado no rebordo, as letras da marca gravadas no vidro, chegando ao ponto de alguns terem relevo. São especialmente desenhadas para permitirem a manutenção da espuma  e a possibilidade de se darem tragos avantajados. São perfeitos para as Abbey Dubbel, Abbey Triple, Belgian Strong Ale e Flemish Sour Ale

Tulipa/Tulip - Também já algo habituais no nosso país, os copos em formato de tulipa são muito elegantes e permitem suportar cervejas que produzam grandes quantidades de espuma. Bastante típicos da Bélgica, são ideais para os estilos Scotch Ale, Saison, Bière de Garde e Belgian Strong Ale.

As indicações que aqui damos não são algo de doutrinal e que se devam seguir cegamente. Há cervejas que se podem beber em dois ou três tipos de copos diferentes. Vejamos o caso de uma pilsner: tanto a poderemos beber numa caneca, como num copo de pilsner ou num copo cilíndrico. E, verdade seja dita, não se vai deixar de beber uma boa cerveja por não se ter o respectivo copo à mão. A ideia que gostaríamos de realçar é a de que existem copos específicos para os diferentes estilos de cerveja e se conseguirmos adequar um ao outro tanto melhor, já que a experiência ficará mais completa e enriquecedora.
Para além do tipo de copo, há outros aspectos que também se devem ter em consideração. Por exemplo, se lhe quiserem servir uma cerveja num copo gelado, recuse. O contacto entre a cerveja e o copo gelado irá provocar um processo de condensação, o que irá diluir a bebida enquanto que, ao mesmo tempo, se alterará a temperatura correcta a que a cerveja deve ser servida. Procure ainda lavar os seus copos à mão. Algumas máquinas de lavar louça deixam resíduo o que pode alterar o sabor e a espuma da cerveja. Tal ideia aplica-se também à secagem: é preferível deixar os copos secarem ao ar, pois os panos podem deixar partículas inconvenientes para a cerveja.
Finalmente, e caso tenha ficado curioso, aqui lhe deixamos alguns sites onde poderá adquirir, ou apenas admirar, copos e outros artefactos dedicados à nobre arte de beber cerveja.
Meu cantinho... onde faço a dificil tarefa de degustar belas cervejas...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Malt Store

Conheci esta loja hoje em Porto Alegre, no Bairro Bela Vista, ao lado da Parilla del Sur.

Um bom estoque de cervejas e acessórios. Dá para se degustar cervejas no local.

Vale a pena:

http://maltstore.com.br/

Foto da capa

História da Cerveja - Antiguidade

Não é tarefa fácil determinar em que período terá sido produzida a primeira cerveja. Acredita-se que essa tarefa seja talvez tão antiga como a própria agricultura. De facto, sabe-se que o Homem conhece o processo de fermentação há mais de 10.000 anos e obtinha nessa época, mesmo em pequenas quantidades, as primeiras bebidas alcoólicas. Especula-se que a cerveja, assim como o vinho, tenha sido descoberta acidentalmente, provavelmente fruto da fermentação não induzida de algum cereal. Afirma-se que a descoberta da cerveja se deu pouco tempo depois do surgimento do pão. Os sumérios e outros povos teriam percebido que a massa do pão, quando molhada, fermentava, ficando ainda melhor. Assim teria aparecido uma espécie primitiva de cerveja, como "pão líquido". Várias vezes repetido e até melhorado, este processo deu origem a um género de cerveja que os sumérios consideravam uma “bebida divina”, a qual era, por vezes, oferecida aos seus deuses.
Diversos estudos arqueológicos realizados na região do Nilo Azul, actual Sudão, comprovaram que, cerca de 7000 a.C., os povos locais produziam uma bebida a partir de sorgo que seria semelhante à nossa cerveja. Análises químicas efectuadas aos depósitos residuais do fundo de um pote recolhido num campo arqueológico neolítico iraniano, datado de 5500 a.C., confirmaram a existência local de bebidas alcoólicas e especificamente de cerveja. Mas a prova arqueológica mais concreta que temos relativamente à produção de cerveja é proveniente da Mesopotâmia, mais propriamente da Suméria. Tratam-se de inscrições feitas numa pedra, relativas a um cereal que se utilizava em algo similar à produção de cerveja. Também desta civilização foi encontrada uma placa de barro (selo), recolhida em Tepe Gawra e datada de cerca de 4000 a.C., onde se vêm duas figuras que bebem possivelmente cerveja de um pote, utilizando para isso longas palhas, tradicionalmente usadas para aspirar a bebida e evitar a ingestão dos resíduos de cereal. Aliás, o Hino a Ninkasi (c. de 1900-1800 a.C.), a deusa da cerveja dos Sumérios é, na realidade, uma receita de cerveja. Refira-se, por curiosidade, que Ninkasi significa algo como "senhora que enche a boca". A nomeação mais corrente da cerveja suméria é sikaru, feita a partir da fermentação de grãos de cereal.
Em geral, a cerveja era feita por padeiros devido à natureza das matéria-primas utilizadas: grãos de cereais e leveduras. Ou melhor, para sermos mais correctos, essa actividade era executada por padeiras. De facto, a produção de cerveja era uma actividade caseira, a cargo das mulheres, que também estavam encarregadas de fazer o pão. Os textos sumérios revelam-nos também a existência de tabernas, geridas por mulheres, locais de divertimento sobretudo masculino, em que se comia e bebia em convívio.  A mais célebre das taberneiras foi Siduri, referida na Epopeia de Gilgamesh. Para produzirem a cerveja, deixavam a cevada de molho até germinar e, então, era moída grosseiramente e moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados a fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egipto com o nome de Bouza. O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como zimbro, hortelã e  losna, podiam ser adicionados à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor.
Já no segundo milénio antes de Cristo e enquanto se assistia à queda do império sumério, surgia uma nova civilização na Mesopotâmia, descendente da civilização suméria mas mais avançada cultural e tecnologicamente, e que em muito contribuiu para o avanço no processo de fabricação de cerveja: os Babilónios. Documentos dessa altura indicam-nos que a produção de cerveja era uma profissão altamente respeitada, levada a cabo essencialmente por mulheres. A cerveja continuava a ser mais popular do que o vinho, também já conhecido por aquelas paragens, embora a vinha se reservasse, pelas condições naturais, às regiões montanhosas do Sul da Anatólia e do Cáucaso.
No período babilónico, contavam-se cerca de duas dezenas de  diferentes tipos de cerveja, com base em diferentes combinações de plantas aromáticas  e no maior ou menor emprego de mel, cevada ou trigo. O Código de Hammurabi, o sexto rei da Babilónia, introduziu várias regras relacionadas com a cerveja no seu grande código de leis. Entre essas leis encontrava-se uma que estabelecia uma ração diária de cerveja, ração essa que dependia do estatuto social de cada indivíduo. Por exemplo, um trabalhador normal receberia 2 litros por dia, um funcionário público 3 litros, enquanto que os administradores e sacerdotes receberiam 5 litros por dia. Outra lei tinha como objectivo proteger os consumidores da cerveja de má qualidade. Ficou assim definido que o castigo a aplicar por se servir má cerveja seria a morte por afogamento! Pelo Código, certas sacerdotisas estavam proibidas de entrar nas tabernas por razões de pureza ritual; por outro lado, estes estabelecimentos preenchiam uma função social para além do fornecimento de comida e bebida (não apenas cerveja mas também álcool de tâmaras fermentadas), pois eram, como já se referiu, locais de reunião e lazer.
Quase todas as cervejas dos babilónios seriam opacas e produzidas sem filtragem. Tal facto, como já vimos,  fazia com que bebessem a cerveja através de um predecessor da actual palhinha (no caso dos reis essa palhinha seria de ouro…), o que evitava que ingerissem o resíduo que se acumulava no fundo e que seria bastante amargo. No entanto, essa situação não impedia que a cerveja aí produzida fosse bastante conceituada, chegando os babilónios a exportar grandes quantidades para o Egipto.
Tal como os Babilónios, os Egípcios produziam cerveja desde tempos ancestrais, sendo que esta fazia parte da dieta diária de nobres e fellahs (camponeses). Para além de bem alimentar, servia também como remédio para certas doenças. Um documento médico, datado de 1600 a.C. e descoberto nas escavações de um túmulo, descreve cerca de 700 prescrições médicas, das quais 100 contêm a palavra cerveja. A sua importância é também visível nos aspectos religiosos da cultura egípcia. Nos túmulos dos seus antepassados, para além dos artefactos habituais como incenso, jóias e comida, era também habitual encontrar provisões de cerveja. E em casos de calamidade ou desastre natural, era frequente a oferta de grandes quantidades de cerveja aos sacerdotes de forma a apaziguar a ira dos deuses.
A extrema relevância da cerveja para os egípcios reflectia-se não só na existência de um alto funcionário encarregado de controlar e manter a qualidade da cerveja produzida, como também na criação de hieróglifos extra que descrevessem produtos e actividades relacionadas com a cerveja. Curiosamente, existem alguns povos que vivem ao longo do Nilo que ainda hoje fabricam cerveja num estilo muito próximo ao da era faraónica. O povo egípcio tinha uma forte apetência pelo henket ou zythum, verdadeia bebida nacional, preferida por todas as camadas sociais. Ramsés III (1184-1153 a.C.), muitas vezes designado por "faraó-cervejeiro", doou aos sacerdotes do Templo de Amón 466.308 ânforas (cerca de 1.000.000 litros) de cerveja proveniente das suas cervejarias.
Deve-se ao médico Zózimo de Panópolis uma descrição da antiga técnica de brassagem (semelhante para a Mesopotâmia e Antigo Egipto): germinação e maltagem rudimentar do cereal que, depois de seco, era moído e transformado numa massa, por sua vez endurecida; moldava-se então a massa em pequenos pães, que eram aquecidos em seguida mas não em demasia para que restasse alguma humidade no seu interior; depois de arrefecidos, colocavam-se, em pedaços, num recipiente com água açucarada; juntava-se, como no pão, um pedaço da massa (fermento) do fabrico anterior; terminada a fermentação, o líquido era metido numa cuba com água e posteriormente filtrado; o líquido final era guardado em ânforas num lugar fresco.
Longe desta área geográfica, a China desde cedo desenvolveu técnicas de preparação de bebidas do tipo da cerveja, obtidas a partir de grãos de cereais. A "Samshu", fabricada a partir dos grãos de arroz e a "Kin" já eram produzidas cerca de 2300 a.C. As técnicas utilizadas eram algo diferentes das dos povos mesopotâmicos e egípcios. De facto, o desenvolvimento da cerveja até à forma pela qual hoje a conhecemos, deve-se mais a estes dois últimos do que à civilização chinesa. Foram mesmo os egípcios que ensinaram os gregos a produzir cerveja. Já no Japão, subsiste o milenar saké, uma cerveja de arroz, frequentemente confundida no Ocidente com uma bebida destilada. Bebe-se quente ou fria, de acordo com o gosto e o contexto.
Apesar de ser considerada menos importante que o vinho, a cerveja evoluiu durante o período grego e romano. Atente-se nos escritos de Sófocles (450 a.C.) relativamente a recomendações sobre o consumo de cerveja, incluindo esta numa dieta que considerava equilibrada. Outros autores gregos como Heródoto e Xenofontes também mencionaram o acto de beber cerveja nos seus escritos.
Assim como o tinham aprendido com os egípcios, os gregos ensinaram a arte de produzir cerveja aos romanos. Todavia, em 500 a.C. e no período subsequente, gregos e romanos deram preferência ao vinho, a bebida dos deuses, tutelada por Baco. A cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas, muito apreciada em regiões sob domínio romano, principalmente pelos germanos e gauleses. Muitos romanos consideravam a bebida desprezível e típica de povos bárbaros. Tácito, na sua descrição dos germanos, referiu-se a uma bebida "horrível", fermentada de cevada ou trigo. Foi nessa época que as palavras cervisia ou cerevisia passaram a ser utilizadas pelos romanos, em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Plínio foi um dos autores clássicos que escreveu sobre o assunto, descrevendo a evolução do processo de fabrico da cerveja e os hábitos dos povos celtas e germânicos da Bretanha e Europa Central.
Na Gália (conquistada totalmente no ano 52 a.C.), tradicionalmente consumidora de cerveja, a influência do vinho romano atingiu sobretudo as elites. De acordo com Possidónio, "a bebida consumida nas casas ricas é vinho trazido de Itália (...). Porém, entre os habitantes mais necessitados, é bebida uma cerveja feita de trigo, à qual é acrescentado mel; a massa do povo bebe-a sem mistura. Chamam-lhe corma." Contudo, os gauleses passaram de importadores a produtores de vinhos de novas qualidades e muito apreciados em Roma; em 91 d. C., o imperador Domiciano chegou a ordenar a destruição de metade das vinhas gaulesas para proteger a produção romana.
O vinho das legiões romanas não se impôs aos povos que ficaram fora do Império. A cerveja permaneceu a bebida eleita nas regiões nórdicas facto confirmado pelas lendas e mitologias locais. Na saga poética finlandesa Kalevala, contam-se 400 versos dedicados à cerveja; no Edda, outro relato épico nórdico, o vinho é apresentado como a bebida dos deuses, a cerveja reservada aos mortais e o hidromel próprio dos habitantes do reino dos mortos. Já no leste europeu, confinante com as estepes asiáticas, de terras ácidas, providas de centeio e aveia, o kvass, tipo de cerveja ligeiramente alcoólica, obtida pela fermentação daqueles cereais, ancorou-se nos hábitos dos camponeses eslavos. A tradição do kvass familiar e campesino mantém-se ainda hoje um pouco por toda a Rússia e países ex-soviéticos. A braga é outro tipo de cerveja aparentada ao kvass e com muitas tradições no leste europeu.
Rótulo de Kvass, a típica bebida russa
Findo o Império Romano, após o século V, estavam estabelecidas as geografias da cerveja e da vinha. A produção de cerveja, doméstica e frequentemente a cargo de mulheres - embora fosse, sobretudo, para consumo masculino -, obedecia aos condicionantes naturais que marcavam a economia agrícola e daí o seu carácter sazonal. Durante muito tempo, a cerveja seria, ainda, de difícil conservação, ao contrário do vinho que, se guardado em boas condições, podia até melhorar com a idade. O vinho, que se tornara a bebida consagrada na liturgia católica, afirmara-se sobretudo nas regiões do sul da Europa e entrava selectivamente nas mesas mais abastadas do norte europeu, onde a cerveja permanecia a bebida dos pobres, se bem que não deixasse de ser apreciada por todas as classes.

Flensburger Dunkel

Cervejaria: Flensburger Brauerei
 
Estilo: Munich Dunkel
 
Álcool (%): 4.8% ABV
 
Nota: 9
 
Dificial avaliar uma Dunkel, quando você se delicia com este estilo. Mas, vamos lá: Gosto amargo do início ao fim, com forte aroma de caramelo e café, característicos do estilo.

Cerveja Mastra Roja (Red)

Cervejaria: Cervecería Artesanal del Uruguay
Estilo: Strong Scotch Ale
  

Álcool (%): 6.2% ABV
Nota: 6
De cor forte e aroma de capuccino. Gosto de biscoito e caramelo no início e com alcool quase imperceptível. Uma cerveja interessante nada mais.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Frango com Manga e Cerveja Preta

Ingredientes:

· 600 g de peito de frango sem osso
· Sal e pimenta-do-reino a gosto
· 1/2 xícara (chá) de margarina
· 1 colher (chá) de alecrim picado
· 3 tomates sem pele e sem sementes picados
· 1 cebola ralada
· 1/2 xícara (chá) de cerveja preta
· 1 manga sem casca picada
· 1/2 xícara (chá) de requeijão cremoso
· 1 xícara (chá) de escarola picada

Modo de preparo:

Tempere os filés com sal e pimenta e doure-os na margarina. Junte o alecrim picado, os tomates e a cebola, e cozinhe por cinco minutos. Acrescente a cerveja preta e deixe reduzir. Ponha a manga e cozinhe por mais cinco minutos. Incorpore o requeijão e mexa sem parar. Retire do fogo e ponha a escarola. Mexa rapidamente, tampe a panela por um minuto e sirva em seguida.

Dica:
Para dar um toque de sabor, a escarola deve estar bem verde e crocante

domingo, 26 de agosto de 2012

Picanha ao molho de cerveja e azeitonas

Ingredientes

. 2 colheres (sopa) de óleo
. 1 cebola picada
. 2 dentes de alho picados
. 1 peça de picanha de aproximadamente 1,5 kg
. 1 lata de molho de tomate
. 1 lata de cerveja preta
. 1 pacote de creme de cebola
. 1/2 xícara (chá) de azeitonas verdes picadas

Modo de preparo

Na panela de pressão, aqueça o óleo, doure a cebola e o alho. Coloque a picanha com a gordura virada para baixo. Deixe dourar bem e vire do outro lado. Acrescente o molho de tomate, a cerveja, o creme de cebola e a azeitona. Tampe a panela e deixe cozinhar no fogo brando durante 30 minutos depois do início da pressão. Desligue o fogo, deixe sair a pressão naturalmente. Coloque a carne em uma travessa e sirva com o molho.

Dica: Nunca preencha mais do que 2/3 da panela de pressão

Lombo de suíno assado na cerveja

Ideal para uma Strong Ale

Ingrediantes

· 4 cravos-da-índia
· 1 cebola
· 2 dentes de alho picados
· 1 lata de cerveja
· 1 xícara (chá) de suco de laranja
· 2 folhas de louro
· 2 kg de lombo de suíno
· 4 colheres (sopa) de manteiga
· Sal e pimenta-do-reino moída
 
Modo de preparo:
Espete os cravos na cebola e coloque-a na tigela junto com o alho, a cerveja, o suco de laranja e o louro. À parte, esfregue sal e pimenta no lombo e coloque-o para marinar no líquido da tigela. Cubra e leve à geladeira por 12 horas. Aqueça o forno em temperatura média. Retire o lombo do tempero e seque-o. Espalhe a manteiga sobre ele e coloque-o em uma assadeira. Junte o líquido da marinada até atingir 1 cm da altura da assadeira e reserve o restante. Cubra a assadeira com o papel-alumínio e leve ao forno por 1 hora, regando constantemente com o tempero. Tire o papel-alumínio e asse até dourar. Retire o lombo, corte em fatias e reserve. Reserve também o molho da assadeira. Numa panela, coloque a cebola com os cravos e o molho. Ferva por 5 minutos ou até reduzir de volume e encorpar. Descarte os cravos e pique a cebola. Acerte o sal e a pimenta.

Tsingta 1903

Cervejaria: Tsingtao Brewery
Estilo: Premium American Lager

Álcool (%): 4.7% ABV
Nota: 7
Chinesa. Saborosa e referescante. No melhor estilo Premium lager. Um suave amorgo no início com uma aroma de ervas no fim.

Früh Kölsch

Cervejaria: Brauerei Früh Am Dom
Estilo: Kölsch

Álcool (%): 4.8% ABV
Nota: 9
Excelente. Saboraosa e intensa, com uma espuma densa e resistente. Para toma com os amigos. Um aroma citrico com uma  mistura de ervas.

Hens Tooth

Cervejaria: Greene King
Estilo: Old Ale
Nota: 7
Fiquei mais impressionado com a cor do que com a cerveja em si. Velho estilo stronf Ale. Com um gosto de caramelo de entrada e um amargo suve no fim. Interessante. 

domingo, 19 de agosto de 2012

Lagarto ao Molho de Cerveja Preta

Continuando Minhas reeitas a Base de Cerveja...

Ingredientes:
- 1 kg de lagarto
- 4 dente(s) de alho amassado(s)
- 1 unidade(s) de cebola picada(s)
- 1 caixinha(s) de molho de tomate
- 1 pacote(s) de mistura para sopa creme de cebola
- 1 lata(s) de cerveja escura
- quanto baste de sal
- quanto baste de pimenta-do-reino preta

 
Modo de preparo:
Frite o alho e a cebola junto com os temperos que você mais gosta. Assim que os mesmos estiverem bem dourados, jogue o molho dentro da panela de pressão adicionado de uma medida e meia de agua. Mexa um pouco e logo em seguida coloque o pacote de creme de cebolas para ser dissolvido enquanto o molho está frio, pois o creme de cebola deve ser dissovido com o liquido ainda frio. Continue mexendo até que o mesmo comece a apurar. A seguir, acrescente a Caracu e mexa mais um pouco.(Cuidado com o sal, pois o creme de cebola ja vem com um pouco de sal). Assim que o molho começar a apurar, coloque a carne que voce prefere e feche a panela de pressao deixando a mesma cozinhar pelo tempo que deve. Observe que determinadas carnes cozinham mais depressa que outras. Cozinhe com o fogo brando. Com certeza ela tera um sabor melhor no dia seguinte, mas se quiser pode comer assim que ela estiver bem molinha.
Você pode também acrescentar outros temperos que gostar.

Estilos de Cerveja 3

LAMBICS


A maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo Lambic como uma terceira categoria, em separado das Lager e Ale, por causa do seu tipo de fermentação, que é espontânea.

São feitas de trigo, porém não são adicionadas leveduras no mosto, ficando a fermentação a cargo dos agentes naturais, os quais são encontrados somente numa pequena área ao redor de Bruxelas. Daí a dificuldade em encontrá-las, bem como o seu preço elevado.

Trata-se de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente cítrico (como vinho branco ou vinagre).

É o tipo mais antigo de cerveja feito no mundo, fato que, por si só, exige que você as experimente. Seus sub-tipos são:

LAMBIC-FRUIT

No processo de fabrico, após a fermentação espontânea ter começado são adicionadas frutas inteiras, como pêssegos, framboesas e cerejas. A fermentação propriamente dita é realizada pelos microorganismos presentes dentro da fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são produzidas as Lambic jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original dos bolores essenciais ao caráter da cerveja que se quer produzir. Após este processo, a cerveja permanece por cerca de três anos maturando em barris de carvalho. Trata-se de uma cerveja cujo teor alcoólico é relativamente baixo (não ultrapassa os 6%), bem como a carbonatação, o que faz com que o creme, quando há, não seja denso. As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a denominação “Oud” (velha) a fim de diferenciá-las das jovens e comerciais, mais doces e balanceadas.
No sub-tipo Lambic-Fruit (17F) estão as conhecidas Kriek (de cereja ácida) e as Framboise (de framboesa).

STRAIGHT/UNBLENDED

A Lambic pura, sem misturas de frutas, açúcares ou misturas de diferentes barris (17D). São pouquíssimos os exemplos comerciais. Um deles é a Cantillon Grand Cru Bruoscsella.

GUEUZE

Trata-se de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retiradas de vários barris diferentes no processo de fabrico, e que são engarrafadas para uma segunda fermentação.
Geralmente as Lambic - Gueuze (17E) são menos ácidas e mais balanceadas, algumas assemelhadas ao champagne. Inclusive, tradicionalmente são servidas em garrafas ao estilo champagne.
Representantes do estilo são Cantillon Gueuze, Mort Subite Gueuze e Lindemans Gueuze Cuvée René.

FARO

É a Lambic com açúcar. Mais saborosa, leve e sem a acidez característica das outras Lambics, é o tipo mais aceito pelo mercado. Por outro lado, perde em complexidade para os outros tipos de Lambics.


OUTRAS NOMENCLATURAS

 

TRAPISTAS

Não são consideradas propriamente um estilo único, pois algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas cervejas trapistas serem consideradas as melhores do mundo por inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.
A Ordem Trapista (oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é uma congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio fundamental do ora et labora, vivendo em grande austeridade e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade e obediência. Assim, as cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas vezes são difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não as comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de caridade.
Atualmente, a ITA (International Trappist Association), entidade criada com o propósito de definir as regras do estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas, possui como membros apenas sete abadias trapistas, seis na Bélgica (Westvleteren, Chimay, Orval, Achel, Wesmalle e Rochefort) e uma na Holanda (Koningshoeven, onde são fabricadas as cervejas La Trappe). A entidade criou, também, um selo de identificação que só pode ser utilizado em produtos trapistas autênticos.
Algumas cervejas trapistas possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.

ABBEY (ou cervejas “de abadia”)

Também não são consideradas um estilo mas, diferentemente das trapistas, as cervejas “de abadia” não possuem origem controlada. Podem ser produzidas em grandes fábricas e comercializadas normalmente, desde que a sua receita original tenha sido originária de uma abadia, a qual pode ou não ser da ordem trapista.

RAUCHBIER

Literalmente, cerveja defumada. Pode ser de vários estilos, como Marzen e Weizen, desde que usem maltes defumados no seu preparo. Acompanham muito bem charutos e cachimbos, por motivos óbvios. (22A e 22B)

FRUIT BEER

Qualquer estilo de cerveja misturado com frutas ou suco de frutas (20). Não confundir com as Fruit Lambics.

TEMPERADAS - SHV

São cervejas de qualquer estilo que acabam não se enquadrando no mesmo pois são temperadas com especiarias, ervas e vegetais, alterando a fórmula e fazendo-as fugir das características padrão de cada estilo. Também chamadas de SHV do inglês Spice/Herbe/Vegetable (21).

CHOPE

Também chamado Chopp, vem da palavra alemã Schoppe (mais exatamente do dialeto Alsaciano), nome de uma caneca de quase meio litro. É nada mais nada menos do que uma cerveja não pasteurizada. Por esse motivo, pode ter variações assim como acontece com a própria cerveja, seguindo vários dos estilos acima citados. Por não ser pasteurizado, dura, dentro do barril, cerca de 10 dias e, após aberto, não mais que 24 horas.

Fonte: http://www.brejas.com.br/cerveja.shtml

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cervejaria: Coruja
 
Estilo: German Weizenbock
 
Álcool (%): 6.8%
 
Nota: 9
 
Surpreendente. Uma cerveja no melhor estilo weiss. Suavemente adocicada com um toque de banana. Esta serve para provar que temos ótimas cervejas no mercado nacional. Sem apresentar aquele forte sabor do trigo. Ótimo para um churrasco com os amigos.

Estilos de Cerveja 2 -ALES

ALES


O que a difere das Lager é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais altas, geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação, o que fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do século XIX, quando foi inventada a baixa fermentação (Lager).

Dada essa “antigüidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas.

Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. A seguir, falaremos um pouco sobre os subtipos que você encontrará mais freqüentemente no Ranking BREJAS de Cerveja:

PALE ALES

São as Ales claras, com graduação alcoólica até 6%. Foram criadas para competirem com as cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra Mundial, portanto compartilham a característica de serem mais suaves. É um dos maiores grupos de cerveja e possui alguns sub-tipos ou sub-nomes:
  • AMERICAN PALE ALE, como a Sierra Nevada Pale Ale, designa as americanas mais claras (10A)
  • ENGLISH PALE ALE, também cahamda de ENGLISH BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na Inglaterra por serem mais amargas que as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem ser Standard Bitter (8A), Especial Bitter (8B) ou Extra Special Bitter/ESB (8C)
  • BELGIAN PALE ALE, as Ales claras belgas (16B)
  • BELGIAN BLOND ALE, algumas vezes chamadas de Golden Ale também, são as Pale Ales mais douradas e um pouco mais encorpadas
  • INDIA PALE ALE ou somente IPA, como a Colorado Indica, cerveja carregada em lúpulo, criada pelos ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para as viagens pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de álcool de acordo com o sub-tipo, da menor pra maior: English IPA (14A), American IPA (14B) e Imperial IPA (14C)

AMBER/BROWN E RED ALE

Diferenciando-se em coloração principalmente, mas também acompanhando em corpo e potência, estão algumas outras categorias de estilo:
  • AMERICAN AMBER ALE, usado na França e EUA para classificar as Ales um pouco mais escuras (10B)
  • AMERICAN BROWN ALE, mais excura e maltada e menos lupulada que suas "irmãs" American Pale e Ambar Ale
  • ENGLISH BROWN ALE, denomina as inglesas mais escuras. Podem ser Mild (11A), Southern (11B) ou Northern (11C). A New Castle Brown Ale, famosa e até fácil de encontrar por aqui, é uma Northern English Brown Ale.
  • RED ALE, avermelhada devido ao uso de um pouco de malte tostado. Também chamada de IRISH RED na Irlanda (9D). Um exemplo comercial que desde 2008 pode ser encontrado no Brasil é a Kilkenny Irish Beer, da Diageo, mesma empresa que faz a Guinness.

ALTBIER

Altbier, ou simplesmente Alt, proveniente da região de Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo antigo de produção de Ales, antes mesmo do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada uma ligação enter as cervejas Ales e as Lagers, por ser feita com fermento de Ale porém fermentada em temperatura de Lagers. Podem ser Dusseldorf Altbier (7C) ou Northern German Altbier (7A). Um exemplo desse último estilo é a holandesa Grolsch Amber Ale.

SCOTCH ALE

Ales da escola escocesa, variando, principalmente em potência, entre Light (9A), Heavy (9B), Export (9C) e Strong (9E).

SAISON

Feitas em Wallonia - Bélgica, as Saison (16C)chegam a ser comparadas a vinhos tintos devido a fermentação e sabores presentes em comum.

BIÈRE DE GARDE

Cerveja de guarda feita principalmente na França, na região de Pas-De-Calais, as Bière de Garde (16D) são feitas para durarem anos, normalmente têm uma última fermentação na garrafa e muitas vezes são vendidas em garrafas com rolhas. Janlain Amber e La Choulette são bons exemplos não tão dificeis de encontrar.

STRONG ALES

Denominação genérica que inclui uma variada gama de cervejas que podem ser claras ou escuras. Possuem alto teor alcoólico, que vai de 6 e pode chegar a 12%. Podem ser saborosas e balanceadas, “inserindo” harmoniosamente o álcool no conjunto, ou podem ser simplesmente fortes e desbalanceadas, evidenciando a gradação alcoólica. (19)
Dentro deste subtipo estão as Barley Wines (19B e 19C) - quase tão fortes quanto vinho - e também as Old Ale (19A), como a Fuller's 1845, agora facilmente encontrada no Brasil.

BELGIAN STRONG ALES

Produzidas principalmente na Bélgica, estas possuem algumas caracerísticas diferenciadas que as fazem cair em um agrupamento diferenciado. (18)
Os vários tipos seguem abaixo:
  • DUBBEL: Cerveja do tipo Ale na qual o mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte do que uma cerveja “comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom corpo e carbonatação alta. (18B)
  • TRIPEL: Cerveja na qual se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possuem, em geral, coloração amarelo-dourado, creme denso e consistente e a gradação alcoólica girará entre 8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e o fermento utilizado no fabrico. (18C)
  • ABT/QUADRUPEL: São cervejas mais escuras e mais ricas, utilizando o quádruplo de malte do que em uma cerveja “comum”. O volume de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os 10%.Entram aqui a famosíssima Westvleteren 12 e também a Rochefort 10 e La Trappe Quadrupel.
  • GOLDEN STRONG ALE: São as loiras mais fortes e encorpadas, até 10,5% de ácool, com colaração amarelo-dourado e sabor é frutado (18D). Entram neste grupo: Duvel e Delirium Tremens, entre outras.
  • DARK STRONG ALE: São as Belgian Ales escuras, fortes e encorpadas. Com várias representantes de peso, como Chimay Bleu, Rochefort 8 e Gulden Draak, essa categoria tem cervejas que chegam a 11% de álcool. (18E)

BELGIAN SPECIALTY ALE

São as temperadas (veja mais abaixo), só que belgas. Também entram aquelas belgas que, por um motivo ou outro, não se encaixam dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto caem aqui como Belgian Specialty Ale (16E). Mesmo assim, não pense que este estilo é pouco conhecido. Aqui está a trapista Orval, odiada por muitos, amada por muitos também. Também está a La Choufe, a Unibroue Maudite e a McChouffe.

KÖLSCH

Do berço alemão de cervejas e de coloração dourada, é normalmente mais doce e com menos lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas leva vários grãos, inclusive trigo. Pela regra, somente cervejas feitas em Köln (Colonia) poderiam levar o nome Kölsch (6C), assim como ocorre com o Champagne. Entretanto, temos casos de cervejas brasileiras, como a Eisenbahn, que oferecem sua versão.

WEISSBIER (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo)

Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger, Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão, chamada Bohemia Weiss.

As variedades possíveis são:
  • Hefeweizen, de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é a mais conhecida aqui no Brasil (15A)
  • Kristallweizen, de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adicão de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar
  • Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel, cerveja de trigo escrura, de gosto mais forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto, chamada de Erdinger Weissbier Dunkel. (15B)
  • Weizenstarckbier ou Weizenbock, cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn. (15C)
  • Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense), de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas. (17A)
  • Witbier (Belgian White), esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também leva "coriander", conhecido por nós como semente de coentro. A marca mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly. (16A)
  • Bière Blanche ou Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo
  • Russ, cerveja de trigo com acréscimo de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler

STOUT

Cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, pouca carbonatação (13). Sua origem remonta à época em que parte da produção das cervejarias inglesas era destinada à Rússia e aos países bálticos. Para suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim como possuem hoje – alto teor alcoólico, variando de 8 a 12%.
Sua representante mais famosa é a Guinness.
Também apresenta diversos sub-tipos

PORTER

Comumente confundida com as Stouts, tem lá sua razão de ser: o nome Stout surgiu de uma diminuição do nome "Stout Porter", usado para classificar as Porters mais fortes. Portanto, a Porter é uma cerveja mais suave que sua parente Stout, normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. Pra se ter uma idéia de como uma coisa levou à outra, a cervejaria Guinness produzia Porters até 1974.
As Porters são cervejas escuras, típicas da Inglaterra, e não tão fáceis de se encontrar aqui no Brasil. Podem ser Brown Porter (12A) ou Robust Porter (12B).
Outra variedade, chamada Baltic Porter (12C), tem mais álcool e, apesar de ter começado como Ales, hoje são normalmente Lagers.

Fonte: http://www.brejas.com.br/cerveja.shtml

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Receita: Carne ao molho de cerveja

Uma receita Fácil - Cai bem com uma Weiss

Ingredientes:
  • 800 g de fraldinha
  • 2 colheres de sopa de óleo
  • 1 ramo de alecrim
  • 4 dentes de alho
  • 1 cebola cortada
  • tomilho a gosto
  • 1 colher de sopa de extrato de tomate
  • 1 lata de cerveja
  • sal a gosto
Modo de preparo:
  1. Limpe a carne e tempere com sal
  2. Numa panela aqueça o óleo com alecrim
  3. Coloque a carne e deixe dourar por igual
  4. Acrescente o alho, a cebola e o tomilho e deixe fritar por 3 minutos
  5. Junte a cerveja e deixe cozinhar por 30 minutos
  6. Se secar coloque água quente aos poucos para finalizar o cozimento
  7. Retire a carne e reserve em local aquecido
  8. Coe e reduza o molho em fogo alto, ao ponto desejado
  9. Corte em fatias , regue com o molho e sirva a seguir

Estilos de Cerveja 1 - Larger


Para quem está iniciando no mundo das Cervejas Especiais... para conhecer um pouco das belas...

LAGERS

Originarias da Europa Central no século 14, são cervejas de baixa fermentação ou fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4 e 5%. Tem entre seus tipos mais conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja originariamente criada no século 19 na cidade de Pilsen, região da Boêmia da República Tcheca, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao invés de Pilsener.
Os sub-tipos de Lager estão a seguir:
PALE LAGERS
Lagers claras, o que você mais vê por ai. São tantos sub-tipos que fica quase impossível decorar todos, portanto listaremos os mais facilmente encontrados:
·         PILSNER: a Pale Lager original, desenvolvida como receita da cerveja Pilsner Urquell. São caracterizadas por um lúpulo acentuado no aroma e sabor. Também chamadas de Pilsener e Pilsen (2). Podem aparecer em 2 estilos um pouco diferentes, principalmente devido à escola: Bohemian/Czech Pilsner (2B), representada pela Pilsner Urquell e Budweiser Budvar/Czechvar, ambas Tchecas e meio difíceis de encontrar; German Pilsner (2A), facilmente encontradas nas representantes Bitburger, Warsteiner, Konig Pilsener, Spaten Pils.
·         AMERICAN LAGER: cerveja leve e refrescante, feita para matar a sede e para serem bebidas bem geladas. É o tipo das cervejas mais populares dos Estados Unidos (1B), com exemplos como Budweiser, Coors e a australiana Foster's. A maioria das cervejas populares no Brasil, como Brahma, Skol, Kaiser e Antarctica, são American Lagers, mesmo que elas se intitulem no rótulo e descrição no verso como Pilsen, talvez até devido a convenção nacional para a classificação de cervejas.
·         PREMIUM: de cervejas um pouco mais lupuladas e mais maltadas que as Standard Lagers, tem como exemplos a Stella Artois, Heineken e Miller Genuine Draft, facilmente encontradas (1C) . Aqui no Brasil, são representadas pela Cerpa, Bavaria Premium, Brahma Extra, Gold e outras variações das marcas mais conhecidas. Mas cuidado. Em alguns casos a palavra Premium vem sendo usada para diferenciar cervejas que suas cervejarias desejam promover em especial, não sendo necessariamente uma Premium de verdade. Em alguns casos, pode simplesmente significar Lagers com graduação alcoólica acima de 5%.
·         LITE: variação ainda mais leve que a American Lager, oferecida muitas vezes sob o nome Light ou Lite (1A).
·         DORTMUNDER EXPORT: variação da Pilsner com menos lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em 1873. (1E)
·         HELLES: outra variação com menos lúpulo, mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas são Löwenbräu Original, Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original e Hofbräu München Original (1D)
·         DRY BEER: originária do Japão, tem a maior parte do açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação. Por isso e por seu sabor suave é chamada de seca.
·         SPECIAL: um tipo mais forte e encorpado, Fica entre a Helles e a Bock em termos de sabor e força.
·         RADLER: Qualquer Pale Lager misturada com uma limonada típica alemã, chamada de Zitronenlimonade. Geralmente a proporção cerveja/suco é de 50/50 ou 60/40.
DARK LAGERS
Lagers escuras também são bastante comuns. Três estilos são os mais comuns e facilmente encontrados aqui no Brasil:
·         MUNCHNER DUNKEL: Dunkel significa escura em alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas escuras-avermelhadas, produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Munchner. Eram as únicas cervejas da região da Baviera, antes da chegada das tecnologias que tornaram possível a criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado. Exemplos comuns são Warsteiner Dunkel e Hofbräu München Dunkel. (4B)
·         DARK AMERICAN LAGER: versão americana da Dunkel alemã (4A), menos maltada e mais suave. Uma representante fácil de achar no Brasil é a Warsteiner Dunkel.
·         SCHWARZBIER: A famosa cerveja preta (4C). Deve ser preta e não somente escura como a Dunkel. A mais antiga da qual se tem documentação é a Kostritzer, de 1534 e feita até hoje. Agora, o tipo é muito comum em todo mundo. No Brasil, pode ser encontrada como Petra Premium, Eisenbahn Dunkel e Bamberg Schwarzbier. É uma cerveja suave, com aromas que remetem ao café e ao chocolate. Também é fácil notar a presença de maltes tostados. Não é esperado que apresente qualquer sabor frutado, sendo mais seca. Também não é doce, portanto não confunda com cervejas do tipo Malzbier brasileiras.
·         MALZBIER: Cerveja escura e doce, de graduação alcoólica baixa, na faixa dos 3 a 4,5%. Muito famosa no Brasil, não possui muitos correspondentes fora daqui. Na Alemanha, seu país de origem, nem é tratada mais de cerveja e sim bebida energética. Inclusive é pouco classificada em outras fontes, caindo normalmente no grupo de "outras cervejas com baixo teor alcoólico", já que a Malzbier original não chegava nem a 1% de álcool, pois quase não tem fermentação. Quase toda cervejaria brasileira tem sua versão, portanto basta procurar por Brahma Malzbier, Antarctica Malzbier, NovaSchin Malzbier e assim por diante. Trata-se de uma american pale lager na qual, após a filtração, são adicionados caramelo e xarope de açúcar, ai a coloração escura (que não vem do malte tostado) e o sabor adocicado.
VIENNA
O estilo Vienna (3A) é originário da Áustria, de cor marrom avermelhada, tem corpo médio e um sabor suave e adocicado de malte levemente queimado. Graduação acoólica entre 4,5 e 5,7%. Um exemplo é a mexicana Negra Modelo, a Dos Equis Ambar e a Samuel Adams Vienna Style Lager.
BOCK
A palavra Bock é resultado da quebra da palavra EinBeck, cidade natal deste tipo de cerveja. Em alemão também significa cabrito. Por isso algumas cervejas colocam imagens deste animal em cervejas do tipo Bock.
Por tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor marrom. Possuem um complexo sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A graduação alcoólica é alta, indo normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais (5B) até 10% nas Doppelbock (5C) e 14% nas Eisbock (5D), tipos diferentes de Bock. Outra variação de Bock é a Maibock ou Helles Bock (5A), uma bock clara, de até 7,4% de álcool.
Exemplos de Bock são a Kaiser Bock, velha conhecida dos brasileiros, e a Paulaner Salvator, uma doppelbock.
MARZEN
Produzidas na Bavaria durante o mes de março (März em alemão) especialmente para a Oktoberfest, as Märzen (3B) podem ser claras ou escuras e ficam entre 4,8 a 5,6% de álcool.
Também é chamada de Oktoberfestbier. Chamadas de "As Grandes 6", as cervejarias que produzem este tipo são: Augustinerbräu, Hacker-Pschorr, Hofbräuhaus, Löwenbräu. Paulaner e Spaten.
KELLER e ZWICKEL
A Keller e a Swickel são cervejas pouco comum, não são filtradas (portanto turvars) nem pasteurizadas (servidas na pressão e não engarrafadas), e ficam maturando de maneira exposta, sem cobertura. Pode ser bem amarga e tem álcool médio.
MALT LIQUOR
Malt Liquor é um termo surgido nos Estados Unidos para classificar as lagers fortes que têm alto teor de álcool devido à adição de açúcar, enzimas ou outro ingrediente em complemento ao malte . Geralmente são licorosas no paladar e não muito amargas, pois em muitos casos nem levam lúpulo. Não devem ser confundidas com as cervejas do tipo Barley Wine, que apesar de também fortes no álcool, alcançam tal graduação devido às técnicas europeias sem adição de açúcar ou enzimas.
Também são chamadas de Super Strenght e Super Forte. Um exemplo é a Amsterdam Maximator, com 11,6% de álcool, e a Bavaria 8.6.